09 outubro 2010

3ª Maratona de Évora

E as aventuras dos FazVergonhas por terras alentejanas não páram.

Desta vez, os 3 estarolas - Meio-Gordo, Lili e Ti Coelha - foram até Évora participar na 3ª Maratona. Os dois primeiros, meninos com bastante treino, inscreveram-se nos 85 Km, mas a Ti Coelha, moça mais recatada e com menos tempo para treinar para que possa sequer sonhar em meter-se nestas aventuras, inscreveu-se nos 55 km, tendo por companhia a já conhecida Turtle e uma nova amiga, a Elisete.

Mais uma vez optámos pelo conforto do parque de campismo… Sabem, o pessoal tem muito jeito para armar barraca,,, uns verdadeiros profissionais. Graças à bomba eléctrica, não foi preciso fazer o aquecimento para a maratona, com o enchimento do colchão. Após isso, dedicaram-se a  troca  de pneus, para uns PNEUS BRANCOS MUITA PANISCAS, na bike do Meio-Gordo!!



Foi-nos indicado duas churrascarias j€ito$sinha$, a "Gruta" e "O Caçador" perto da Arena de Évora (o que dava imenso jeito, porque o secretariado era mesmo lá) e acabámos por ir à primeira (um "Isidro" lá do sítio) já que a segunda tinha ar de taberna. Para a mesa veio sangria, secretos, bife da vazia e picanha, tudo muito saboroso. Ainda pensei que seria da fome que a comida estivesse a saber tão bem, mas não, era mesmo bom. Restaurante a guardar na memória em próximas idas.

Depois de se "matar o ratito", fomo-nos encontrar com uma velha amiga minha de outras guerras, a quem já não punha a vista em cima há 15 anos, com o marido e a filha adolescente, prontos para nos guiarem até uma esplanada. Juntou-se a irmã dela, também velha camarada, e foram ali umas duas ou três horas que passámos a recordar os bons velhos tempos, sob o olhar cansado da Lili e do Meio-Gordo, que tiveram a simpatia de aguentar a "seca".


 
Desta vez a noite passou-se bem melhor, não havia bailes populares com música em altos berros até às 4 da manhã (Beja, maratona de Cuba), o colchão estava bem cheio, o que nos poupou aos movimentos ondulantes sempre que alguém se virava e estava bem colocado, de forma que nem eu nem o Meio-Gordo tivemos que nos sujeitar a dormir com a cabeça de fora da tenda e correr o risco de sermos um alvo fácil para as rolas pousadas nos ramos dos pinheiros acima de nós (na Vidigueira). Não perguntem…

Levantar de manhã também custou muito menos! É que ao contrário de outras maratonas, esta começou às 10h por ser prova da taça. Menos frio, menos sono, menos dificuldade em despachar. Mesmo assim, vimo-nos aflitos para encontrar um café onde pudéssemos tomar o pequeno-almoço, sem termos uma fila de gente à nossa frente.

Às 10 horas deu-se o sinal da partida.

A Praça do Giraldo estava toda engalanada para receber a festa do BTT e nas ruas havia muita a gente a acenar e a tirar fotografias.

Os primeiros quilómetros por estrada não foram nada de mais até sairmos para os caminhos de terra batida, com piscinas de areia solta e muita a gente a desmontar e a espalhar-se ao comprido por não saberem como passar alguns obstáculos.
Muitas quedas ou quase quedas, não por culpa da azelhice do pedalante, mas mais por algum participante menos habituado a pedalar em grupo e que parava sem aviso ou desmontava no meio do caminho, atravessava-se à frente dos outros sem fazer qualquer sinal ou mesmo olhar para trás.

Os 45 km foram, de um modo geral, muito fáceis de fazer, apenas com duas ou três subidas mais inclinadas. Aos obstáculos naturais, temos que adicionar um... bem, ia dizer pouco natural, mas dado que andávamos a circular no interior de herdades com gado à solta, não se podia estranhar que estivesse uma vaca no meio do caminho... numa subida. Muito pouco prático.


O ritmo foi estonteantemente lento… Vá, não estou assim tão mal mas a Elisete, que sofre de bronquite asmática estava com algumas dificuldades em seguir o ritmo aqui da Ti Coelha e da Turtle. Para não variar muito, a cauda do pelotão era nossa, pelo menos até aos 35 km, altura em que a Elisete resolveu que era muito mais giro ir no carro vassoura. A partir daqui metemos a "talega" e os últimos 10 km foram sempre a abrir caminho por entre muita gente que tinha passado por nós a acelerar no princípio da prova e que agora estavam sentados no chão com cãibras, dores nas pernas, cansaço, furos, etc..
A Turtle às tantas colou-se à roda de um participante dos 85 km que passou por nós também a abrir, e foi vê-lo aos zigue-zagues a tentar despistá-la, até perceber que afinal era uma participante dos 45 km.

 Cheguei ao fim sem perceber muito bem de que material eram feitas as minhas pernas, já que as sentia rijas ao andar, mas era como se fosse gelatina, já que tinha alguma dificuldade em manter-me em pé sem que tremessem. Fomos brindadas na meta com várias bebidas isotónicas, sumos de proteínas, barras e afins e pouco depois a sensação de cansaço já desaparecia…

Entretanto, enquanto eu e Turtle andámos a fazer a prova em modo equilibrista (médias de 9 km/h), a Lili e o Meio-Gordo andavam a experimentar algo de novo: 85 km com 2000m de acumulado!!! No inicio, tudo corria bem e eles deliciavam-se com o belo percurso, a excelente marcação do mesmo e a pica de passar algumas raparigas da competição (mais a Lili, mas o Meio-Gordo incentivava). Só que a festa durou pouco! O Meio-Gordo soltou o derradeiro e sonoro gás intestinal (vulgo peido-mestre) aos 25 km. Estava pior que uma grávida: lá barriga ainda tem ele e depois, com enjoos… enfim. Podíamos dizer que era a panisquice a mais, a acrescentar as rodinhas brancas, mas sendo certo que tem uma veia de gaja que de vez em quando começa a latejar como se não houvesse amanhã (e gaja que é gaja não se atira para o chão à primeira dorzinha), aguentou mais 30Km em sofrimento! Aos 40 km, a Lili entusiasmou-se a fazer uma descida e espalhou-se ao comprido no terreno mais duro que encontrou! Caramba! Tantos bocados com areia solta e arbustos e ela foi logo escolher o sítio mais duro para cair! A mim também se atravessou um árvore à frente numa descida, mas ela desviou-se! Agora, o chão não se desvia! Para a próxima escolhe um sitio mais fofo antes de te armares em downhiller!

Aos 55 km, muito sofrimento e mazelas depois, decidiram abandonar a partida.

No meio de alguns percalços,  e porque nem tudo é mau, a organização brindou-os com um carro de apoio e tanto! Bikes bem acondicionadas, com mantas para não se constiparem, musica de abanar capacete e ar acondicionado para arrefecer a mágoa por terem desistido. Ficou a promessa de que para o ano estarão lá outra vez, mas que dispensarão as mordomias.

Mas o melhor estava ainda para vir: um verdadeiro banquete aguardava por nós numa quinta junto ao kartódromo. Entradas diversas, das quais se destacava um delicioso patê de marisco tão bom que as abelhas não o largavam, caldo verde, lombo de porco ou / e ( para os mais glutões) empadão de bacalhau com espinafres e uma mesa resfatelada de doces.


A seguir ao café, despedimo-nos de Évora com as habituais vergonhas fotográficas…


Até para o ano.

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