Como sabem, a última ida a Fátima, não correu bem para todos. Eu não consegui chegar ao Santuário... Como promessa que era, para salvar os deditos do Meio Gordo, que quase os perdeu num acidente de trabalho no inicio deste ano, a ida não podia ficar por cumprir. Para mim não interessa o facto de não ter chegado por estar doente, simplesmente não cheguei e tinha de o conseguir!
Então, lá marcamos a data e logo apareceram meia dúzia de loucos a apoiar a causa. Não me espanta ser louco, só me suspreende ter tantos seguidores...
Na véspera da data marcada, caiu um temporal de alerta laranja. Mas nem isso, nem a previsão de ventos de Norte de 40 a 60 kms, fizeram tremer ninguém!! Todos os que se tinham proposto a ir, apareceram à hora marcada!
Pouco depois do nascer do sol, lá partimos para mais uma aventura.

Como tinha chuvido tanto, evitamos o trilhos junto ao Trancão, por estar garantidamente impraticavel. Mesmo assim o vento não dava tréguas, sempre cheio de força e de vontade de não nos deixar chegar ao destino.
Não nos deixámos vergar e fomos sempre batalhando contra um vento gigante, que às vezes era tão forte que em zonas planas onde é hábito irmos a 30kms/h, era uma luta ir a 15... Era como ir sempre a subir!
Por volta das 10.30, já os corpos pediam um momento de descanso e assim o fizemos, em Valada do Ribatejo, tivemos de procurar um café aberto, pois parecia uma vila fantasma, tal era o temporal.
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Pouco depois o Meio Gordo furou pela 2ª vez. Foi ai que ficamos assustados. Tinhamos um ar de quem vinha a pé, da 1ª Guerra Mundial!! Um ar exausto e enlameado... Suados e desesperados...
E com tanto caminho por fazer... Enquanto se trocava a camara do pneu, o musculo gémeo do Meio Gordo, começou com espasmos duma maneira que parecia ter um sapo vivo lá dentro a tentar sair! Assustador...
Arrancámos dali com um ar desolado, ninguem falou por uns minutos, acho que todos pensámos o mesmo... "tanto esforço e não vamos conseguir...", já nem havia coragem para falar...
O Pessoal de apoio, estava com dificuldade em encontrar-nos, pois quase não tinhamos água nem comida. Lá nos encontramos todos em Minde, com muita dificuldade, Sr. Engenheiro...
Estavámos uns farrapos...
Não sei se foi de encontrar o pessoal, se foram os queques da Maxim, a força que os amigos nos deram, "ou chineses ou o caragano, menina!!", ou as carradas de gel que emborcámos, ou o facto de já não estarmos muito longe, só 14kms (sóóóóó!?!?!?!), lá nos fizemos homenzitos e partimos para o infinito... parecia mesmo assim tão longe...
A verdade é que conseguimos chegar ao Santuário!! Foi muito dificil mesmo, mas chegar foi um momento muito intenso para todos. Houve mesmo uma lágrima no canto do olho...
O Nuno mais tarde, confessou-me que até já tinha caibras nas mamas... Fantastico!!, Eu não sabia se havia de rir ou de chorar!!
Mas fica o aviso: Nuno... se cortares os dedinhos outra vez... ficas mesmos sem eles...
NOTA - obrigado a todos os que nos ajudaram, sem a vossa ajuda tinha sido (mesmo!!) impossivel chegar ao destino. OBRIGADO!!